quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Desolada.

Só passei por aqui, rapidamente, para contar algo:


Meu professor de Economia, por qual sou apaixona, é viadão. Repito, V-I-A-D-Ã-O.

Não sei se suportarei assistir mais suas aulas sabendo disso.

Falhei duramente todas as vezes em que me arrumei e fui para a sua aula.


Paola chora.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Sem piedade, por favor.

Cheguei estranha para reivindicar o que sempre é negado. Eu faço parte de todas as coisas que estão escondidas, segregadas e proibidas. Tudo o que é feio, sujo ou sombrio, pois eu sou as trevas por detrás das sombras. Eu sou a ausência de ar que espera o início de cada respiração; a deterioração que fertiliza o que vive; com o fogo de minhas mãos tenho arrebentado algemas, pois nada deve estar preso.

Desde o dia do meu nascimento até que eu retorne ao pó, não serei governada. E, com a fúria que dilacero a carne da injustiça, transformo os meus demônios internos em ferramentas de poder.

O que vivi me fez suportar a morte, mesmo estando morta. Renasço a cada manhã para o todo. Ainda assim, engoli o meu medo e fui até você. Quando olhei em seu rosto, sabia que não tinha caminho de volta. Então, pensa em mim quando sentir prazer, até o dia em que sentirei prazer em encontrar-te numa encruzilhada deste mundo. Não tenha piedade, mas leva o meu amor contigo.

Heleninha

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Evitar o inevitável.

Talvez eu tenha que pedir desculpa a mim mesma por ter sucumbido. Por ter sido covarde. Por não ter dito todas as coisas que precisava dizer antes de ouvir que ele encontrou uma pessoa que supria todas as suas necessidades de carinho. Foi ele mesmo quem me disse isso, com aquele eufemismo conhecido de quem não tem coragem de dizer que se apaixonou por outra pessoa. Eu ri, pois éramos somente amigos e ele não precisava me dar explicações. Eu ri, uma vez que estava triste demais para chorar. Eu ri, mas depois não consegui e chorei.

Ninguém sabia, ninguém nem poderia saber. Algumas vezes a verdade traz dores que podem ser evitadas com a omissão. Eu tinha mesmo era vontade de abraça-lo e vê-lo dormindo em meu peito; contar a minha vida, ouvir sobre a dele; transar sentindo seu cheiro de macho que me inebria desde a primeira vez em que nos abraçamos. E a única coisa que conseguia fazer era sorrir e encorajá-lo a buscar a felicidade. Não sei se foi o certo, mas com certeza foi o melhor a se fazer. Talvez isso seja o verdadeiro amor.

Em uma de nossas viagens furadas em nome da amizade, dormimos na casa de um punk sujo. "Tem um colchão de casal pra você e sua mina", disse nosso anfitrião. Ele me olhou, sorriu constrangido e respondeu "ela não é minha mina, é como se fosse minha irmã". I-r-m-ã. Ele dormiu ao meu lado e eu provei o sentimento de vazio mais desesperador que já senti. Um nó na garganta, uma queimação no peito e pés e mãos dormentes. Eu o admirava com um olhar amplo; sentia-me confusa, perdida e, não sei se posso assim dizer, lassa. Ali fiquei eu, merecendo uma medalha por evitar o inevitável. E ele nem sabia que eu ficaria naquele lugar nojento o resto da minha vida, se fosse ao lado dele.

Tomei uns drinks e tive vontade de espancá-lo. Dizem que é isso que a bebida faz com a gente, não é mesmo? Dá coragem de fazer o que não ousamos nem pensar quando estamos sãos. Queria chutar, morder, tirar sangue do seu nariz - tão bonitinho, diga-se de passagem. Fazê-lo sentir por alguns minutos o que eu sentia por anos, todas as vezes que fracassava ao seu lado. Fiquei nervosa, irritada, louca. Tudo que pra ele não era nenhuma novidade, já que estava acostumado a lidar com isso de mim todos os dias. Seu jeito de fazer uma contenção corporal ou mesmo monossilábica. De arrancar precisamente, nem sempre de forma delicada, todas as minhas insanidades.

Não segui nenhum conselho que me deram a seu respeito. Nem de terapeuta, nem de amiga que era contra, nem de amiga que era a favor. Eu tenho um jeito todo especial de lidar com a dor. Fecho os olhos, fico esperando passar. Não emito nenhum ruído. Fico quieta, juntando todas as minhas forças pra tentar fazer o tempo correr logo. Qualquer movimento que eu faça desperdiça energia e tudo fica mais difícil. Se eu falar sobre o assunto, quer dizer que ele não me machuca tanto assim.

Anos depois aconteceu em um dia comum. Deveras não havia nada de especial: nem roupa, nem cabelo, nem perfume. Simplesmente conversamos e decidimos que seria interessante "dormir" juntos. Eu tremia inteira e estava fedendo a cigarro. Ele só me beijou depois que tirou minha blusa. Meu corpo estava naquela cama, mas minha alma só conseguia me condenar pela grande irresponsabilidade que eu fazia comigo mesma. Para ele, nada daquilo era um grande acontecimento. Acabou, me vesti e fingi desprendimento, iniciando uma espécie de encenação medíocre, para não dizer patética. A linha tênue entre estar infinitamente feliz e saber que vai se ferrar por isso. O que vale a pena?

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

DDDs desconhecidos.

Era dia 27 de agosto de 2010, sexta-feira. Eu estava sentada numa conveniência perto de onde eu morava, bebendo uma cerveja, sozinha. Fiquei por ali mesmo depois que desci do ônibus voltando do trabalho. Minha cabeça fervilhava e fazia um calor sufocante e opressivo.

Eu recém terminara um relacionamento complicado. Pra falar a verdade, ele tomou a iniciativa de acabar, embora eu o quisesse fazer há muito tempo. Tenho esse defeito, não termino relacionamentos por mais infeliz que eu esteja. Meu ex fazia o estilo desses namorados babacas que te xingam por nada. Talvez tenha sido por isso que eu não sofri com o nosso rompimento. Na realidade, chorei um dia. Não foi um choro por perdê-lo e sim pesar por eu ter ficado com ele tanto tempo. Chorei por mim.

Enfim, meu telefone tocou e eu não fazia ideia de quem fosse. Atendi semiembriagada:
- Alô
- Oi, Heleninha? Aqui é o Bruno Aleixo
- Oi Bruno, tudo bem? Como conseguiu meu telefone?
- Ah, consegui... Te liguei pra perguntar uma coisa, qual seu nome completo?
- Heleninha Roitman, porque quer saber isso?
- Só pra saber como ele vai ficar depois que nos casarmos
- Cê tá de brincadeira comigo, né? Olha, tenho que desligar, depois falamos.

Não era a atitude mais prudente falar com ele alcoolizada. Além de que, ele só podia estar brincando. Bruno Aleixo era um latino-americano lindo, desses todo jeitoso. Um rosto desenhado, pele de pêssego, muito engraçado, realmente apaixonante. É, não poderia ser verdade. Mas era. Depois desse dia, engatamos um romance e tornamo-nos fiéis assíduos de alguns hotéis baratos da cidade. Nunca nos cobramos nada, só era legal o tempo que passávamos juntos. Ele me chamava de Bruxa e eu o chamava de Bruno Aleixo.

Eu gostava, embora soubesse que seria passageiro. Bruno Aleixo é do tipo nômade. Não se prende a lugar nenhum, fica seis meses numa cidade e vai pra outra. Não consegue ter raízes, não sabe criar vínculo com ninguém. Alguns meses depois, no dia do meu aniversário, ele foi embora. Na despedida ele me abraçou e depois disse: "eu te amo, queria que você ficasse comigo, mas não posso, você é louca. Vou te dar quatro conselhos antes de ir: procura uma igreja; tira esses piercings; para de fingir que é forte e seja forte de verdade; e por último, me esqueça, porque eu vou te esquecer em um mês". Nem respondi. Quando ele terminou de dizer essas coisas, virei as costas, entrei no carro e fui embora. Também não sofri com o nosso rompimento. Na realidade, também chorei um dia. Também chorei por mim. Por mim, sem ele.

Toda vez que ele muda de cidade, me manda uma mensagem. Sei que é ele pelo jeito de escrever (sempre em CAPS LOCK), mas o DDD é sempre outro. 067, 066, 041, 018. Algumas vezes eu respondo, outras não, depende muito do meu humor. O que mais me irrita é ele saber da minha vida: sabe quando estou namorando, quando estou solteira, quando mudo de casa e etc. Amo stalkear as pessoas, mas não gosto quando fazem o mesmo comigo. Mesmo porque, nunca dei stalk nele.
Antes de ontem ele reapareceu, com um DDD novo: "NÃO TÁ MAIS NAMORANDO?". Não respondi. Ontem ele ligou, vi o DDD, sabia quem era, mesmo assim resolvi atender:
- Oi
- Oi Bruxa, não me responde mais?
- Não, só respondo quando tenho algo a dizer e a gente não tem nada pra dizer um pro outro.
- Uhhhhhh! mal criada como sempre! Tô sabendo que você perdeu o emprego...
- Não perdi, pedi pra sair.
- Mesmo assim, está sem emprego. Vai fazer o que agora? Vai logo arrumar outra coisa, guria! Fez faculdade só pra dizer que fez?
- Hey, cala a boca! Você não sabe nada da minha vida, se liga!
- Sei o suficiente pra saber que você está brava agora. Fala baixo e tira essa mão da cintura, galinho de briga.
- Aff, vou desligar, não quero falar mais com você. Não tenho o que falar. Você disse que me esqueceria em um mês e não cumpriu com a promessa.
- Eu sei, não consegui esquecer. Precisa de dinheiro?
- Que?
- Tá precisando de dinheiro? Quer que eu te mande alguma coisa?
- Claro que não, Bruno!
- Tudo bem, pode desligar agora. Esse é o meu telefone novo, me liga se precisar de grana.
- Não vou ligar e acho legal da sua parte se não me ligar mais também.
- Tudo bem, não vou ligar. Quando eu mudar de número outra vez te mando uma mensagem. Tchau.

Duração da chamada 1 minuto e 37 segundos. Encerra com a chamada meu vínculo com ele. Não atendo mais DDDs desconhecidos.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Enquanto as más línguas falam de mim, as boas percorrem meu corpo.

Bom lindinhos, hoje é o dia do sexo e eu sou a pessoa mais indicada para escrever sobre isso porque tomo no cu com a vida todos os dias. Existem coisas que todo mundo aprende depois de algum tempo, mas ninguém tem coragem de falar. 80% dos meus problemas na vida sexual teriam sido evitados se eu soubesse antes sobre algumas coisas que vou falar hoje ;)

O sexo era a melhor coisa do mundo até a invenção da Nutella, que o deixou em segundo lugar RSRSRSRSRS. Brincadeiras a parte, o sexo é o que une duas pessoas por pouco ou muito tempo: o cara é lindo, um verdadeiro cavalheiro, te trata como princesa, abre a porta do carro, manda flores, te liga N vezes ao dia pra saber se está tudo bem... e é péssimo na cama. Quem nunca encarou um desses, hein meninas? O jeito é tentar recuperar o rapazote, caso não dê certo, dar uma bota nele será o mais indicado. O mesmo vale para os meninos que ficam com meninas com complexo de mulher inflável.

MENINAS
 1) Aprenda a gozar sozinha: durante muitos anos eu achei que sexo era deitar na cama e abrir as pernas. Aprendi a me masturbar com quase 22 anos na cara. Nunca havia me tocado nem conhecia as zonas de prazer do meu corpo. Terrível. É pelo conhecimento do seu corpo que você consegue conduzir o sexo a seu favor, indicando para o jovem sortudo o que ele deve fazer. Existe diferenças significativas entre uma mulher e outra e o moçoilo não é obrigado a adivinhar onde é aquele seu "ponto fraco".

2) Não fique sem gozar: a libertação das mulheres que tomou força em meados dos anos 60 com a queima de sutiãs e aquela história toda que a gente já conhece. "Adquirimos" o direito de sermos iguais aos homens, que se tornaram muito menos românticos; "adquirimos" o direito de usar calças; "adquirimos" o direito de ter uma jornada dupla de trabalho... mas do direito de gozar ninguém fala, né? Ah, mas aconteceu do cara gozar antes de mim e agora o que eu faço? Use para alguma coisa as horas escutando Eliana quando criança, chame todos os dedinhos e goze.

3) Não finja orgasmo: o maior erro das mulheres é esse. Você finge que está bom e o cara passa a acreditar que aquela MERDA que ele fez (e insiste em chamar de sexo) foi legal. Não finja e, se questionada sobre, não minta.

4) Não transe com babacas: acho que essa lei é a mais importante de todas! Total não sou contra transar de primeira, na verdade sou bem a favor. Mas transar com babacas é tão oneroso que não vale um orgasmo (só quem já transou com um é que sabe). O ideal é que os homens viessem identificados com uma marca na testa "babaca" ou "cara legal", mas infelizmente ainda não chegamos nesse nível de evolução, quem sabe daqui alguns anos? É certo que algumas vezes a gente vai errar, achar que o cara era de boa e descobrir que ele era um grande pau no cu, mas errar deve ser acidente, não rotina. Mulheres desesperadas geralmente erram mais, e aí a dica de aprender gozar sozinha vale muito! Passe um tempo com você, faça sexo com você mesma, aprenda a amar seu corpo com todas as (im)perfeições dele enquanto não conhece um cara legal pra fazer um sex gostoso.

MENINOS
1) Invista nas preliminares: esse assunto é tão batido que eu nem vou falar muito. A maioria dos homens tem o péssimo habito de simplesmente ignorar que as preliminares existem. Pegue a sortuda com vontade, use os dedos e a língua. Com certeza o sexo ficará muito melhor depois, pois a mulher precisa desse tempo de preparação. NÃO ADIANTA nem encostar as mãos na menina direito e ficar empurrando a cabeça dela pra baixo; se você quer sexo oral, faça primeiro!

2) Observe as reações faciais da sua parceira: sempre que for tentar algo novo, procure olhar no rosto da mocinha. Assim você pode perceber claramente se está agradando ou não. A dica do contato visual aqui vale demais.

 "tirei a roupa, mas ainda tenho rosto, você pode olhar pra ele sem ficar cego" 

3) Compre lubrificante: a lubrificação no sexo é igual dinheiro; quanto mais, melhor (para os dois). Não precisa usar em todas as vezes, mas ter um potinho guardado no porta-luvas do carro ou no seu quarto é uma boa pedida e dá resultados muito positivos!

4) Você não é tão bom de cama quanto pensa que é: quando o cara acha que é muito bom no que faz, dificilmente se esforça para aprender coisas novas e o sexo fica uma verdadeira porcaria. Como já disse, mulheres são diferentes e o homem tem a difícil missão (que pode ser facilitada pela parceira que conhece seu próprio corpo) de descobrir as particularidades de cada uma delas. Lembrando sempre que essas particularidades são altamente mutáveis, então mesmo num relacionamento duradouro, cada transa é uma aula.

 "tanta propaganda pra me apresentar esses resultados? aff... tô #chatiada"

Se o sexo é bom, ele representa 1% na relação; se o sexo é ruim, ele vira 99%. O casal se desgasta de tanto falar disso e a vida vira um inferno. Casal que não se entende na cama, não se entende em nenhum outro âmbito.

"USE CAMISINHA E APROVEITE A VÉSPERA DE FERIADO! A GENTE JÁ COMEÇOU, E VOCÊ?"

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Paola, a louca.

Vocês se lembram quando eu disse que não mereço? Pois é. Aqui vai uma pequena prévia, uma pequena degustação pra vocês entenderem melhor. 

Paola diz:
aff.. dormi
bjos
Carlos Daniel diz:
oi..
po, vc é foda.
acho q vou excluir face e msn.. a gnt se fala por cel e pessoalmente.. assim nao vou ser ignorado 98% das vezes q falo com vc..
Paola diz:
credo. que mané ignorado o que
se eu nao respondi é pq eu nao to no pc
pq é tao dificil entender isso?
Carlos Daniel diz:
pq é tao dificil colocar ausente ou fechar o msn?
Paola diz:
ok.. nao entro mais de manha então
Carlos Daniel diz:
normalmente se faz isso..
ah.. ok..
beleza entao..
Paola diz:
ué.. não é o que vc quer?
Carlos Daniel diz:
é.. ahan..
só nao qro ficar falando soziho..
sozinho
mas ate ai... ja te pedi milhares de vezes.. mudou nada..
Paola diz:
Carlos Daniel, eu tenho msn ha quase 10 anos
e em 10 anos vc é a primeira pessoa que se incomoda com isso
Carlos Daniel diz:
ok.. mais uma coisa q eu nao vou mais reclamar ok?
faça como qser..
to saindo..
bjo e boa aula.. 
antes q diga afe.. eu ja estava mesmo saindo..
Paola diz:
acho prudente
bjos
Carlos Daniel diz:
claro.. prudente..
Paola diz:
uma escolha acertada, logica, obvia
dê o adjetivo que quiser
Carlos Daniel diz:
sim... pq te pedir pra ajudar em algo, da em nada..
mas é bom q eu aprendo aos poucos a ser assim como vc.. deve fazer bem..
Paola diz:
nossa.. vc viaja
sério
Carlos Daniel diz:
to saindo.. tchau.. bjo e boa aula..
vc qr me ver agir por uma semana como vc age?
Paola diz:
nem vou responder, tá?
Carlos Daniel diz:
pq é uma droga...
parece q vc qr largar de ficar comigo e nao fala, fica querendo me fazer passar raiva e dizer q nao qro mais..
Paola diz:
MEO DEOS, é um MSN
Carlos Daniel diz:
pq antes vc era outra pessoa..
nao to falando só dessa bosta nao..
estao me esperando..
tchau


Sério, gente? E a pessoa vem me chamar de louca depois.

Paola.