quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Metade.

Nada poderia me definir melhor, apesar de ser clichê. Impossível ver esse vídeo e ficar sem chorar. E quem disse que quero ficar sem chorar? Preciso das lágrimas para sentir que ainda estou viva, porque metade de mim já morreu e a outra está em estado terminal.

Que a força do medo que tenho, não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo em que acredito, não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe seja linda ainda que tristeza.
Que o homem que eu amo seja pra sempre amado, mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida, mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas, como a única coisa que resta a uma mulher inundada de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço.
Que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso, mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar, porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é plateia e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor e a outra metade também.

Heleninha.

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