Ele veio e me desnudou. Eu estava ao seu
lado e o beijei. Ele nunca disse que ficaria ao meu lado, mas eu deduzi. E deduzi
errado. Na verdade, eu sabia, desde o princípio, mas fiz questão de me enganar,
só por diversão.
E daí me prendi, eu mesma me amarrei com
as próprias mãos. Fiz aquele tal de nó de marinheiro, é esse que nunca se
desfaz? Eu me ludibriei pelo simples fato de querer. Brinquei com a sorte e com
meu coração, mais uma vez. Coloquei na cabeça que teria alguém para dividir
minhas dores, traumas, alegrias, ansiedades, desejos, TPM, tesão, vontade de
comer chocolate e etc... Mesmo sabendo que quem eu escolhia, não gostaria de
dividir nada comigo. Ele já havia me dito isto, n vezes. Tanto com palavras
diretas, como com atitudes. "Você depende muito de mim", é, dependo.
Isso não tem nada a ver com amor, só com
vontade. Tanto o amei sem tê-lo ao lado. Pensando bem, considerando
que o amor verdadeiro significa renúncia, pergunto-me se já não é hora de
renunciar a ele, em consideração ao meu amor e para respeitá-lo em seus
desejos.
Geralmente eu faço assim. Eu planejo sua
vida e você tem que seguir, ok? O defeito que mais odeio no meu pai, eu
tenho. Planejei a nossa relação nos mínimos detalhes e realmente gostaria que
tudo acontecesse. Mas não vai, apesar de eu ter certeza que
seria o melhor pra mim.
Isso tudo acontece por uma única razão:
sou prepotente o suficiente para achar que poderia mudar as vontades de outra pessoa que não eu.
Heleninha
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