Por que? Por que isso tudo de novo? Por que não consigo me bastar? Por que tenho que continuar sendo uma eterna romântica?
Acho engraçada a vida.. quando parece que você conseguiu algo que parecia tão perto do que se almejava, parece que não tem graça. Depois de relutar algum tempo e pensar, e avaliar também, você percebe que realmente não era aquilo que você esperava que fosse e se joga de novo naquele ciclo que você jurou que nunca mais voltaria.
O engraçado é que, depois de algum tempo, e depois do ceticismo ter praticamente tomado conta de você, você começa a se apegar de novo em qualquer fiapo de esperanças que lhe dão. Esperanças de que não, você não está sozinha; mas na hora de ir dormir, é a sua cabeça, de novo, sozinha, que está lá. E você tenta se conformar então dizendo para si mesma que é melhor ter calma mesmo, que algo melhor virá para você. E o ciclo se repete novamente frente a qualquer amostra ou migalha de carinho que se segue.
Estava lendo um livro esses dias, do Sartre (o existencialismo é uma porrada na cara de quem se sente solitário) e Antoine Roquetin me compreende perfeitamente:
"É isso então o que me espera? Pela primeira vez me incomoda estar só. Gostaria de falar com alguém sobre o que está me acontecendo, antes que seja tarde demais, antes que eu comece a assustar os garotinhos. Gostaria que Anny estivesse aqui".
E não é a primeira vez que me corrói as têmporas, mas, de alguma forma, é a primeira vez que faço uma análise concreta sobre ela. A idade está passando, não tenho mais 16 anos (como gostaria de ter novamente), nada é mais tão colorido como costumava ser.. só vejo a frente um futuro de muito trabalho.. mas um trabalho solitário, e para que? Para engrandecer vaidades pessoais? Qual o objetivo maior disso tudo? Pela primeira vez eu posso dizer que, sinceramente, eu não sei..
No mais, eu vou levando.. os dias de inverno são alentadores para a alma, mas não tanto para o coração.
Paola.
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